O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o principal indicador da inflação no Brasil, registrou uma aceleração de 0,38% em abril.
No mês de março, o termômetro da inflação havia atingido os 0,16%, uma diferença de 0,22 ponto percentual para o número divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a menor taxa para um mês de abril desde 2021, quando o IPCA subiu 0,31%.
Segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay, apesar do dado ter vindo um pouco “pior do que esperávamos, foi incapaz de alterar o bom momentum da inflação brasileira e reforça a tese de pelo menos duas novas quedas de 25 pontos-base da taxa Selic.”
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, na mesma linha, diz que os dados divulgados são uma “boa notícia”. Porém, pelo último comunicado do Copom, o cenário global mais adverso, com a incerteza nos Estados Unidos e as expectativas de inflação desancoradas, pesam mais sobre o cenário do banco central.
No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de +3,69% – valor ainda abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Análise parcelada do IPCA
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram variações positivas em abril. Destaque para os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Alimentação e bebidas (0,70%), que tiveram os maiores impactos no índice do mês, 0,15 p.p. cada.
As passagens aéreas, do grupo de Transportes (+0,14%), de acordo com o IBGE, viram uma queda nos preços de 12,09%.
Os combustíveis majoritariamente apresentaram alta nos preços, com exceção do gás veicular (-0,51%). Enquanto isso, o etanol (4,56%), a gasolina (1,50%) e o óleo diesel (0,32%) ficaram mais caros.
Custo dos remédios e alimentos pesa na inflação de abril
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, comenta que um dos “segmentos que mais puxo “grandes vilões” que elevaram o IPCA de abril foram os produtos farmacêuticos, que tiveram forte alta por conta do reajuste autorizado pela CMED de até 4,5%.
O especialista também ressalta a pressão altista do grupo de alimentos (com destaque para aumento nos preços do tomate, cebola e mamão) que sobe pelo segundo mês seguido, muito por conta dos efeitos climáticos.
“Na minha visão, é um grupo que deve seguir pressionando a inflação, por conta da tragédia no RS, que é um grande produtor de alimentos do país, principalmente no arroz,” comenta Fernandes.
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