Saldo do Dia: Mineradora teve forte alta ao encerrar o suspense sobre sucessão e anunciar novo presidente, mas não conseguiu apagar a queda causada pelo movimento de realização de lucros.
Se ontem a Petrobras levou o Ibovespa a voar, hoje foi o outro peso-pesado que deixou o índice a um triz de alcançar seu quinto recorde em duas semanas. Embora corresponda a 11% da carteira teórica, a Vale não conseguiu apagar a pressão de queda dos demais papéis. Mas foi por pouco, muito pouco. O sinal inverteu já nos momentos finais de negociação.
- E assim, o Ibovespa recuou 0,08% aos 136.776 pontos. Nesta última semana de agosto, o mês acumula 7,15% de ganhos. No ano, o índice conseguiu apagar as perdas e agora sobe 1,93%.
O volume financeiro foi de R$ 13,5 bilhões, frente aos R$ 16,5 bilhões da média diária dos últimos 12 meses.
“Em boa parte, o Ibovespa esteve em leve queda, com os investidores realizando lucros”, comenta Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital. Após forte alta de 9% na segunda-feira, as ações da Petrobras tomaram caminho inverso e puxaram o índice para baixo. Os papéis recuaram mais de 1%, refletindo a desvalorização do petróleo.
Desde o início das negociações, a Vale já apresentava alta de mais de 2%, reagindo ao anúncio de Gustavo Pimenta como novo diretor-presidente. O nome foi divulgado na noite anterior e, menos de 12 horas depois, já ganhava o selo de aprovação do mercado.
Os investidores temiam que a nova gestão pudesse ser liderada por um nome político, causando ingerência nos negócios. Mas a solução encontrada foi promover o então vice-presidente financeiro, com um perfil técnico, para a presidência.
Após acumular 20% de queda no ano, a empresa se beneficiou ainda dos avanços no preço do minério de ferro. O enfraquecimento da economia chinesa, principal importador do metal, é o grande responsável pelo mau desempenho da Vale e outras empresas do setor, tanto nacionais quanto estrangeiras.