Saldo do Dia: Em menos de sete dias, as expectativas de e juros se tornaram outras no Brasil e nos Estados Unidos. Taxas mais altas por mais tempo entraram na conta. Nesse ambiente, fechamos a semana com a inflação acelerando mais que o esperado no retrovisor
Anunciada hoje, a inflação oficial (IPCA) de abril veio um pouquinho acima das expectativas na medição mensal, mas se saiu melhor na comparação atual. O entendimento do mercado é de que a política de juros altos está, sim, surtindo efeito no índice de preços. Ou seja, ponto positivo para os ativos de risco, já que o Banco Central do Brasil não teria de manter as taxas tão altas para domar o índice. E com isso, o Ibovespa, maior índice do mercado acionário, do Brasil abriu o dia em alta.
“Apesar de um IPCA levemente acima do esperado, o dado mostrou evolução nos núcleos, com os serviços subjacentes caindo. Se a inflação seguir em queda e cconvergir para a meta do BC, acredito que poderemos voltar a ter cortes de meio ponto na Selic. Isso se o cenário externo, principalmente em relação ao inflação americana, colaborar”, diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Segundo ele, o mercado ainda avalia o impacto da tragédia no Rio Grande do Sul às contas públicas, além de se preocupar com uma inflação mais persistente nos alimentos, já que o estado afetado pelas enchentes é um grande produtor.
Diante do aumento da cautela nos Estados Unidos, onde os membros do comitê que define a política monetária resolveram adotar um tom mais duro, de teor altista, os juros por lá subiram e por aqui, também. A curva de juros no Brasil já estava com prêmios de risco maiores desde ontem, por considerar a Selic alta por mais tempo.
