O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador oficial da inflação no país, registrou avanço de 0,38% em julho, ante alta de 0,21% em junho e levemente acima do consenso de 0,35%. O número foi divulgado nesta sexta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE).
Dessa forma, o IPCA acumulado em 12 meses chega a 4,50%, tocando o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, o avanço é de 2,87%.
O maior impacto no IPCA de julho veio do grupo de transportes, que teve alta de 1,82% e peso de 0,37 ponto percentual no índice geral. Dentro do segmento, a gasolina foi o item de maior influência, com alta de 3,15% e impacto de 0,16 ponto percentual. Já as passagens aéreas subiram 19,39% em julho, impactando em 0,11 ponto percentual o IPCA cheio.
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas apresentou deflação de 1%, com contribuição negativa de 0,22 ponto percentual sobre o índice. Essa foi a primeira queda do grupo em nove meses.
“Destaque para a queda do preço do tomate, da batata inglesa e do leite longa vida. Esse segmento segue de fato sua sequência de desaceleração, contribuindo de forma positiva para o índice e amenizando os impactos das tragédias no Rio Grande do Sul”, afirma André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Diante do resultado do IPCA desta sexta-feira e as expectativas quanto ao corte de juros nos Estados Unidos em setembro, Fernandes afirma que o consenso é de manutenção da Selic pelo menos até o final de 2024.
“O mercado tem algumas apostas isoladas para a alta da Selic ainda neste ano, mas essas posições não têm grande relevância dentro do portfólio desses agentes. Gabriel Galípolo, principal cotado para assumir a presidência do BC, já vem indicando que o Copom deve esperar novos dados para mudar a política monetária atual”, diz Fernandes após o IPCA divulgado nesta sexta-feira.