A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu no teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
O IPCA mensal acelerou de 0,21% em junho para 0,38% em julho e alcançou 4,50% no acumulado em 12 meses.
Em ambos os casos, o índice medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística superou por pouco as projeções — de 0,35% na leitura mensal e de 4,47% em 12 meses.
Ao atingir 4,50%, o IPCA avançou ao teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024. No que vai do ano, o índice acumula alta de 2,87%.
A meta, que baliza a atuação do Banco Central na definição de juros e condução da política monetária, é de 3% ao ano, com margem de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.
Para o diretor de renda variável e sócio da A7 Capital, André Fernandes, os números devem reforçar ainda mais a posição de cautela do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Com esse dado e a expectativa de corte de juros nos EUA que vem se consolidando cada vez mais, acredito que o consenso ainda é de manutenção da Selic em 2024”, avalia.
Para este ano, a meta ainda será baseada no ano-calendário, de janeiro a dezembro. Já a partir de 2025, a meta será avaliada em um intervalo de 12 meses – e será considerada descumprida se, por seis meses consecutivos, “furar” o teto estabelecido pelo CMN.
Gastos com transportes foram o grande vilão da inflação em julho
Dentre os grupos de produtos e serviços avaliados pelo IBGE, a principal alta de preços foi registrada no segmento de transportes, com alta de 1,82%.
Como o segmento tem peso de mais de 20% sobre o IPCA, a alta acaba puxando todo o índice para cima.
A gasolina, item com maior fatia individual do IPCA, subiu 3,15% e, junto com as altas do etanol (5,9%), do óleo diesel (1,09%) e das passagens aéreas (19,39%), puxou o grupo para cima.
A boa notícia foi a redução dos preços no grupo de alimentos e bebidas, com recuo de 1%.