O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,28% em novembro, na comparação com o mês anterior, e o maior impacto veio do grupo alimentação e bebidas, com alta de 0,63%. Para especialistas consultados pela CNN, fenômenos climáticos explicam a variação.
Variação não deve impactar Copom
Os economistas consultados pela CNN não acreditam que a variação divulgada hoje pelo IBGE mude as perspectivas para o ciclo de cortes na taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) — que se reúne nesta semana.
“Isso em nada deve alterar na decisão do Copom de quarta-feira [14]. Deve manter a estratégia de cortes pontuais de 0,5 pontos percentuais, pelo menos até o início de 2024″, diz Julio Hegedus Netto.
Para André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, mesmo com o dado atual, o BC não deve mudar o plano de vôo de cortes, de 0,50 ponto percentual. “Acredito que o rumo dos juros nos EUA deve dar o tom do nosso ritmo de corte na Selic”, completou.
Rafaela Vitória vê queda na inflação a maior que o esperado no curto prazo. Ela acredita que, com estes dados, o Copom poderia “se desfazer do guidance que ancora expectativas de queda da Selic em um ritmo, talvez, lento demais para o patamar de inflação que vemos”.
“No longo prazo, as expectativas de inflação acima da meta podem limitar a Selic terminal, mas no curto prazo, vemos espaço ainda para cortes mais significativos, e poderíamos chegar na taxa de 9% mais próximo do meio do ano”, completou.