Bolsa interrompe sequência de altas, mas sobe 2,5% na semana; dólar recua a R$ 5,46

Mercados repercutem dados mais fortes que o previso da economia brasileira e falas de Campos Neto sobre juros.

O Ibovespa recuou das máximas históricas e o dólar perdeu força ante o real nesta sexta-feira (16), com mercados analisando alta acima do esperado do IBC-Br — considerado a “prévia do PIB” — e em movimento de correção após o acumulo de ganhos desde a semana passada.

Os dados fortes e falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçando possível alta da Selic, pressionou as curvas de juros mais longas no país, tirando parte do ímpeto da bolsa.

Na cena internacional, mercados seguiram repercutindo as expectativas de queda dos juros nos Estados Unidos a partir de setembro após uma bateria de dados publicados nos últimos dias, que também afastou temores de que a maior economia do mundo caminha para uma recessão.

O desempenho fez Wall Street encerrar na melhor semana do ano, com altas firmes também nas principais praças na Europa.

O Ibovespa fechou a sessão com perda de 0,15%, próximo das mínimas do dia, aos 133.953 pontos.

O movimento interrompe a série de oito altas seguidas, com valorização acumulada de 7,1% e que levou o indicador a tocar a máxima histórica de 134.193 pontos, alcançada em 27 de dezembro do ano passado.

Apesar da queda no dia, o Ibovespa somou alta de 2,55% na semana, terceira alta semanal. Na prévia de agosto, o indicador tem avanço próximo de 5%.

O clima global deu espaço para nova queda do dólar ante o real, encerrando a sessão com recuo de 0,31%, negociado a R$ 5,467 na venda, também em dia de perda da divisa note-americana ante a cesta de moedas fortes.

Na semana, o dólar acumulou recuo de 0,87%.

Petz e Cobasi

As redes de varejo de produtos e serviços para animais de estimação Petz e Cobasi anunciaram nesta sexta-feira (16) que assinaram acordo para uma combinação de suas operações, que criará a maior empresa no setor no país, unindo as duas companhias que já lideram o segmento.

O acordo prevê que a Petz será uma subsidiária integral da Cobasi e que os acionistas da Petz terão 52,6% da empresa combinada, segundo o fato relevante ao mercado.

O mercado reagiu de forma positiva ao anúncio, com ações da Petz disparando 9,28%, liderando as altas do Ibovespa.

Economia aquecida

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 1,4% em junho na comparação com maio e fechou o segundo trimestre com alta de 1,1% sobre os três meses imediatamente anteriores, de acordo com dados dessazonalizados. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma alta de 0,50% no mês.

O resultado acima da expectativa reforçou visão de parte dos analistas que o BC pode subir os juros para controlar pressões inflacionárias.

O movimento foi reforçado após Campos Neto reforçar nesta manhã que dirigentes do BC não estão dando nenhuma orientação sobre as próximas decisões de política monetária, mas que subirão juros se for necessário.

“Todos os diretores estão adotando nosso discurso oficial. Estamos reforçando que não estamos dando nenhum guidance, mas que faremos o que for necessário para levar a inflação à meta”, disse Campos Neto. “Elevaremos a taxa de juros se for necessário”.

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, explica que atividades mais fortes que o esperado e sinais do BC sobre a Selic contribuíram para o aumento das taxas mais longas dos juros futuros.

“Ainda assim, essa abertura na nossa curva de juros, derrubou o Ibovespa na parte da tarde, com os investidores realizando lucro em algumas posições, percebemos também diversas montagens de proteção em alguns ativos”, explica.

Lula e o Banco Central

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que não há explicação para o patamar atual da taxa Selic, a 10,5% ao ano, acrescentando que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem desagradado o país com a condução da política monetária.

O chefe do Executivo afirmou ainda que quer acelerar a sabatina de novos diretores e presidente do Banco Central.

De acordo com o chefe do Executivo, a ideia é que essas pessoas não “sofram desgastes de especulação política ao serem indicadas”. Os nomes precisam ter seus nomes aprovados pelo Senado Federal antes de assumirem as funções.

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