Economistas reconhecem que atividade está aquecida, mas dizem que há sinais de desaceleração e que Fed ganhou tempo para observar.
Mais uma vez, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) se reúne para a decisão de política monetária nos Estados Unidos com o mercado buscando indícios de como os diretores do Federal Reserve vão se posicionar no encontro seguinte. A expectativa quase unânime dos economistas e analistas de mercado é que o Fed opte mais uma vez por “pular” a reunião de hoje, mantendo os juros na faixa dos 5,25% a 5,50% anuais e deixar a “porta aberta” para uma alta adicional, em 13 dezembro ou até em 31 de janeiro.
Há uma avaliação de que os principais dados divulgados desde o último encontro do Fomc (em setembro) apontariam para a necessidade de mais uma alta. O PIB dos EUA cresceu num ritmo de 4,9% no terceiro trimestre, puxado pelo consumo domésticos, o payroll mais recente ainda veio forte, as vendas varejistas continuaram aquecidas e a inflação ao consumidor (CPI) surpreendeu para cima.
Mas os especialistas comentam que os próprios dirigentes do Fed, tendo o presidente Jerome Powell à frente, afirmaram publicamente que as condições financeiras se apertaram no mesmo período, como mostra a variação nos rendimentos dos títulos mais longos do Tesouro americano. Ou seja, esse efeito no mercado já fez parte do serviço da autoridade monetária, permitindo alongar um pouco mais a pausa para observação por parte do Fed.
Renan Suehasu, sócio da A7 Capital, acredita que o discurso do Fed fica um pouco mais imprevisível por conta da atual pressão inflacionária. “Ao contrário do BC do Brasil, o Fed opta por tomar as decisões sem grandes margens, fazendo com que os discursos mudem com mais frequência conforme os dados econômicos saem ao longo do tempo e sinalizem uma pressão inflacionária maior ou menor”, compara.