Títulos prefixados, pós-fixados ou NTN-bs? Como investir na renda fixa com a taxa de juros Selic a 10,50% ao ano? Confira
A última decisão do Copom, marcada pela divisão do colegiado e pela redução no passo de queda da taxa Selic, agora em 10,50% ao ano, mexeu com o tabuleiro da renda fixa. E principalmente com a cabeça do investidor, que viu as taxas dos títulos prefixados e papeis indexados à inflação (NTN-Bs) dispararem nesta quinta-feira (9).
Os títulos prefixados (LTN) de médio prazo – aqueles que já saem do forno com a taxa inteiramente definida para quem vai carregá-los até o vencimento – abriram 0,30 ponto porcentual de um dia para o outro. Com vencimento em 2031, subiram de 11,58% para 11,89% em poucas horas.
Tílulos prefixados, pós-fixados ou NTN-Bs?
A reportagem vem conversando desde quarta-feira com especialistas em investimentos para entender, nesse novo cenário, qual tipo de investimentos é mais interessante.
Antes de avançar no assunto, um parêntese.
É consenso entre especialista que um investimento seguro deve contemplar uma cesta de ativos, com alocações diversificadas e adequadas ao perfil de cada investidor.
Nesse contexto, Camila Fioravante, especialista em portfólio e recomendações de investimentos do banco Itaú, já vem dizendo desde o começo do mês que a aplicação mais segura e com melhor custo-benefício no momento são os títulos atrelados à inflação, as NTN-Bs.
“Estão pagando prêmios ótimos. Eu acho os prefixados com muito risco implícito, principalmente para prazos mais longos”, afirma. “Essa queda de 0,25% da Selic e esse cenário de um BC dividido já fazia parte de nosso cenário-base há algum tempo”, afirma.
As NTN-Bs parecem consenso.
Kaique Fonseca, especialista em renda fixa e sócio da A7 Capital, diz gostar da opção. “Se eu tivesse um único dinheiro, eu colocaria no título atrelado à inflação”, conta.
Segundo ele, o prêmio de 6,33% ao ano para um título com vencimento em 2035, como é possível encontrar no mercado, pode deixar o investidor perto do tão sonhado retorno de 1% ao mês.
“Se a gente for levar em consideração que a inflação, em média nos últimos anos, tem rondado os 6%, estamos falando de 12% de retorno ao ano”, afirma.
Ele gosta dos prefixados de curto prazo, que pagam valores próximos a 11% ao ano, bem acima da taxa de juros esperada para o período.
Mas desaconselha os de longo prazo. Assim como Camila Fioravante, a opção acrescenta muito risco à carteira.